domingo, 5 de outubro de 2008

O Iluminado

Ela disse que eu
brilhava e
que eu era o
homem
mais iluminado da festa.
Bem,
eu estava parado
com um copo de uísque
numa mão
e um de cerveja em
outra.
E eu estava na lama
opaco
sujo, sem graça
podre.
Mas ela disse que
eu
brilhava. Ela era louca, com
certeza. Mas, enfim,
ela disse que eu era iluminado.
E eu conversei
com ela, e ofereci um cigarro.
Um Camel.
Ela aceitou, e o cigarro
ficava lindo em sua boca.
E sua franja
escondia seus olhos
e seus olhos
esses sim
brilhavam.
E durante a conversa
meu corpo se aproximava do
dela
e o dela
do meu.
E fomos assim, chegando mais
e mais perto.
E nos beijamos.
Um ótimo beijo. Quente e
confortável.
Eu realmente
estava iluminado.
"Meu ex-namorado é
meio ciumento", sussurou.
Não dou bola pra isso,
não importa.
Mas que nada
ela foi embora, e seu número
de telefone
não é exatamente
o dela. E
eu já não brilho tanto assim.
E eu estou na lama
opaco
sujo, sem graça
podre.

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