segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A Fuga

A minha boca
seca. Com um gosto
amargo. Gosto de
derrota.
E duas carteiras
de cigarro acabaram
em minhas mãos.
E o gosto não
sai. E algumas
lágrimas
tentam sair dos meus
olhos.
Mas não conseguem.
Eu não consigo
mais.
Jogo cerveja nisso
tudo.
Nada.
Jogo uísque e
nada.
Me jogo na lama.
Minha alma tenta
escapar. Ela foge pelas
minhas narinas
pela minha boca.
Mas eu prendo ela.
E ela não pára
de tentar ir
embora.
Assim como elas
sempre vão.
E continuo lutando.
E o gosto não sai
da minha língua, da minha
boca, do meu coração.
Meu ar está
acabando. E eu aperto meu
nariz e minha boca
minha alma e
meu coração
doem
sangram.
Minha visão começa a acabar
a passos lentos eu
vou caindo e caindo
e caindo
e é só escuridão.
Acordo horas
depois. Limpo.
E a lama não
quer sair de mim.
De dentro de mim.
E eu sento e fumo um cigarro
e tomo uma cerveja.
E penso um pouco.
Não sinto minha
alma. Me sinto vazio.
Pronto.
As lágrimas podem
cair.
E elas desabam
e eu ponho a mão
no rosto e
é só mais um dia.

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