você se apaixona pela luz
e aos poucos
ela diminui
até tornar-se
ausência
a sala inteira se ilumina
como com luz negra
- a ausência -
o ter algo na frente
os raios que saem de lá
a luz que transborda
lhe ilumina e lhe cega
dobrando seus joelhos
e lhe pondo a rezar
uma missa de miçangas e
panos verdes
e panos azuis e panos vermelhos
e panos laranjas
e tudo escorrendo pelo chão
numa água colorida que
abre caminho pelas rochas
em você
dentro de você
rochas com gosto
cheiro e textura
de geléia
você põe seus pés na areia
abrindo espaço com os dedos
e antes de chorar você ri
como se nada mais
importasse
porque você está vivo
e consegue
rir das ondas do ar
e da falta de sentido
da luz
da ausência
do algo na frente
você joga areia para cima
mas decide não olhar
apenas escuta o barulho
de vidro se
quebrando
alguns olhos são piores
que um eclipse.
quarta-feira, 24 de abril de 2013
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