segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sobre álcool e amor

Há sempre o amor.
Sim, o belo
amor.
Mas isso
é para os
belos.
E isso
eu não tenho:
beleza. Então
para mim o amor é como
álcool. Ou
o vinho. Que acaba
a cada gole feroz que
dou nele.
E os sonhos escapam pelo
canto da minha boca. Deixando
apenas
manchas tristes em minha
camisa.
Ou talvez ele seja como
a sagrada cerveja.
Que nos faz ir tanto ao banheiro
para uma mijada ocasional.
Mas essa
rotina
me cansa tanto
que só resta um
vômito
suave e a lágrima no canto
do olho
esquerdo.
Mas pode ser um
uísque
também.
Que eu misturo água,
gêlo e sentimento
tudo para atenuar o gosto
amargo e forte. E que
por mais suave que possa parecer
no fundo
eu sei que um arrepio virá
e isso vai acabar com minha
alma.
E amor faz isso
acaba
comigo. Numa palavra errada
num gesto patético
num sorriso idiota.
Então eu fico com
o álcool
e a dor de saber que nunca
pude.

Nenhum comentário: