Você está do outro
lado do
mundo.
E parece tão perto
de mim,
você me abraça e
não sabe como. E
me beija e
me faz carinho. Com olhares, sorrisos
gestos. E eu penso em você,
sempre.
E eu ouço sua voz, e ouço o mundo
a vida, a felicidade
tudo guardado em você.
O mundo é sua alma
que eu venero e penso
que um dia
ainda terei. E
não sei bem porque, e nunca
vou saber.
E não importa.
Não importa como você
chegou, nunca importou.
Eu só me preocupo conosco.
Eu não tenho escolha
eu penso
eu choro
eu vivo
e penso
e vivo
e choro de amores.
E eu nunca senti
isso. E eu nunca fui assim
pelo menos
tão
ridículo.
E eu sei que amor
não cabe
a nós, não faz jus
ao meu amor, a minha vida. Até
porque, por enquanto
tu não existe
realmente.
E eu não existo
realmente.
Até um dia.
Até Paris, até algum
lugar
nos juntar
por amor, sempre
por amor.
A minha vida.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
A Janela e Você.
Você está parado, em casa,
sozinho
bebendo e fumando
compulsivamente.
Você sempre estragou tudo
sempre viveu o errado;
ignorou o certo, e
cuspiu nos erros
passados.
Você nunca aprendeu.
E você se lembra dela;
do carinho dela;
da boca dela;
e tudo lhe faz pensar
nela.
E você bebe mais.
E você quer sair de casa
quer caminhar como
um vagabundo pela rua.
E você pega a chave
de casa
e sai
de casa. Mas você é esperto.
Você pega os cigarros e
a sua última garrafa.
Você não está perdido,
ainda.
E caminha sem rumo.
Caminha e caminha...
E você está parado na
frente da casa dela
e brinca com o cachorro
dela.
Idiota! Você nunca gostou
de cachorros.
E você pega uma pedra. E vai
jogar na janela dela.
Você precisa falar com ela.
Idiota!
Você está bêbado e nem
tirou o cigarro da boca.
E a chuva começa a cair.
E você ainda está parado
na frente da casa dela
na frente
dela.
E a pedra está na sua
mão.
E o cachorro dela sacode o rabo.
E você toca a pedra na janela
e erra.
Idiota!
E você toca outra e espera.
E ela aparece.
E você sacode o rabo para
ela.
E ela está diferente.
E ela não aparece na frente de
casa.
Ela não vai falar com
você.
E você joga outra
pedra.
Ela aparece novamente.
Com um telefone na mão.
E você sacode o rabo novamente.
Idiota!
O tempo passa e nada
dela.
E nada
dela.
Uma viatura de polícia
aparece. E nada
dela.
E eles te tocam para
dentro do
carro.
E você olha pela janela
e lê uma placa.
Idiota.
Não é o bairro dela, nem a rua.
Você não estava na casa
dela.
E os policias
gentilmente
batem um pouco em você.
Apenas
um pouco de realidade.
E te jogam na frente da sua
casa. A sua casa
mesmo.
E você procura as chaves e
entra. E pára na frente do computador
02:31.
Você não quer a realidade, não
é mesmo?
Você começa a escrever
e você não é mais
você.
Idiota.
Os dedos digitam forte
e você escreve:
"Você..."
sozinho
bebendo e fumando
compulsivamente.
Você sempre estragou tudo
sempre viveu o errado;
ignorou o certo, e
cuspiu nos erros
passados.
Você nunca aprendeu.
E você se lembra dela;
do carinho dela;
da boca dela;
e tudo lhe faz pensar
nela.
E você bebe mais.
E você quer sair de casa
quer caminhar como
um vagabundo pela rua.
E você pega a chave
de casa
e sai
de casa. Mas você é esperto.
Você pega os cigarros e
a sua última garrafa.
Você não está perdido,
ainda.
E caminha sem rumo.
Caminha e caminha...
E você está parado na
frente da casa dela
e brinca com o cachorro
dela.
Idiota! Você nunca gostou
de cachorros.
E você pega uma pedra. E vai
jogar na janela dela.
Você precisa falar com ela.
Idiota!
Você está bêbado e nem
tirou o cigarro da boca.
E a chuva começa a cair.
E você ainda está parado
na frente da casa dela
na frente
dela.
E a pedra está na sua
mão.
E o cachorro dela sacode o rabo.
E você toca a pedra na janela
e erra.
Idiota!
E você toca outra e espera.
E ela aparece.
E você sacode o rabo para
ela.
E ela está diferente.
E ela não aparece na frente de
casa.
Ela não vai falar com
você.
E você joga outra
pedra.
Ela aparece novamente.
Com um telefone na mão.
E você sacode o rabo novamente.
Idiota!
O tempo passa e nada
dela.
E nada
dela.
Uma viatura de polícia
aparece. E nada
dela.
E eles te tocam para
dentro do
carro.
E você olha pela janela
e lê uma placa.
Idiota.
Não é o bairro dela, nem a rua.
Você não estava na casa
dela.
E os policias
gentilmente
batem um pouco em você.
Apenas
um pouco de realidade.
E te jogam na frente da sua
casa. A sua casa
mesmo.
E você procura as chaves e
entra. E pára na frente do computador
02:31.
Você não quer a realidade, não
é mesmo?
Você começa a escrever
e você não é mais
você.
Idiota.
Os dedos digitam forte
e você escreve:
"Você..."
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
O porquê (sem muita saudade da minha infância querida que os anos não trazem mais)
Eu era novo, uma
criança e só e
queria saber o porquê
o porquê das coisas
o porquê de mim
o porquê da vida.
E eu não fazia muita
coisa:
brincava com as formigas
esmagava elas com o dedo
indicador
e gritava: "migas; migas!"
E eu chorava às vezes, e apanhava
às vezes
e eu não sabia o porquê.
E pensava que eu nunca faria as coisas
do jeito certo, que nunca
acertaria em nada.
E um dia, chovia forte, muito
forte
E eu perguntei o porquê da
chuva, e eu já havia apanhado
naquele
dia.
Não lembro o motivo.
E minha mãe ainda
estava braba, pois eu fazia coisas sérias
pra ela
e sem sentido
pra mim.
E ela disse: "Papai do Céu está
chorando
pelo o que tu fez!"
E eu me dei conta
que eu estava sempre errado
e que nao afetava apenas
as quatro pessoas da minha
família.
Não mesmo.
Afetava o mundo todo, e que eu
sempre seria punido.
Com tapas,
com chinelos
e Deus, usaria todo o seu poder
para me punir com raios e
trovões,
e eu chorei, e me senti a pior
pessoa do mundo. E tinha
vontade de pedir perdão
gritando da janela do meu quarto.
Mas ninguém se interessava. Nunca.
E, às vezes, chovia e eu
não tinha apanhado.
E as pessoas eram gentis comigo.
Como?
Eu tinha estragado com o mundo
de novo.
De novo.
E eu chorava também, às vezes
e tudo girava ao meu redor, em torno de uma pessoa
só:
Eu.
E nada acontecia, quando eu
não estava
ao menos
olhando.
E foi assim, com todos
chorando por mim e me
punindo
e trovões caindo sobre
minha cabeça
e eu sempre longe de saber
o porquê.
criança e só e
queria saber o porquê
o porquê das coisas
o porquê de mim
o porquê da vida.
E eu não fazia muita
coisa:
brincava com as formigas
esmagava elas com o dedo
indicador
e gritava: "migas; migas!"
E eu chorava às vezes, e apanhava
às vezes
e eu não sabia o porquê.
E pensava que eu nunca faria as coisas
do jeito certo, que nunca
acertaria em nada.
E um dia, chovia forte, muito
forte
E eu perguntei o porquê da
chuva, e eu já havia apanhado
naquele
dia.
Não lembro o motivo.
E minha mãe ainda
estava braba, pois eu fazia coisas sérias
pra ela
e sem sentido
pra mim.
E ela disse: "Papai do Céu está
chorando
pelo o que tu fez!"
E eu me dei conta
que eu estava sempre errado
e que nao afetava apenas
as quatro pessoas da minha
família.
Não mesmo.
Afetava o mundo todo, e que eu
sempre seria punido.
Com tapas,
com chinelos
e Deus, usaria todo o seu poder
para me punir com raios e
trovões,
e eu chorei, e me senti a pior
pessoa do mundo. E tinha
vontade de pedir perdão
gritando da janela do meu quarto.
Mas ninguém se interessava. Nunca.
E, às vezes, chovia e eu
não tinha apanhado.
E as pessoas eram gentis comigo.
Como?
Eu tinha estragado com o mundo
de novo.
De novo.
E eu chorava também, às vezes
e tudo girava ao meu redor, em torno de uma pessoa
só:
Eu.
E nada acontecia, quando eu
não estava
ao menos
olhando.
E foi assim, com todos
chorando por mim e me
punindo
e trovões caindo sobre
minha cabeça
e eu sempre longe de saber
o porquê.
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Poema de 5 minutos.
"Tu é patético", ela disse.
E isso foi golpe
baixo.
Isso é a verdade, dolorosa
e cruel
verdade.
E eu chorei por cinco
dias e cinco
noites, um choro patético.
"Tu é patético", ela disse.
E eu me escondi
naquela cama que eu
dividi com ela.
E terminei o resto
daquela garrafa
de uísque que comecei
com ela.
E chorei de novo.
"Tu é patético", ela disse
E eu me senti assim
de verdade, de novo
e não olhei para mais
ninguém.
E todo mundo concordou
com ela, menos eu, por pouco
tempo. E resolvi ser
patético, como querem.
"Tu é patético", ela disse.
"Tu é patético", elas dizem.
E é sempre assim, com
todo mundo.
E isso foi golpe
baixo.
Isso é a verdade, dolorosa
e cruel
verdade.
E eu chorei por cinco
dias e cinco
noites, um choro patético.
"Tu é patético", ela disse.
E eu me escondi
naquela cama que eu
dividi com ela.
E terminei o resto
daquela garrafa
de uísque que comecei
com ela.
E chorei de novo.
"Tu é patético", ela disse
E eu me senti assim
de verdade, de novo
e não olhei para mais
ninguém.
E todo mundo concordou
com ela, menos eu, por pouco
tempo. E resolvi ser
patético, como querem.
"Tu é patético", ela disse.
"Tu é patético", elas dizem.
E é sempre assim, com
todo mundo.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Fim.
Eles me agarraram e me prenderam
e eles riam alto de mim.
Eles tinham capuzes pretos
e seus olhos brilhavam
e só havia ódio neles.
E eles sabiam que estavam fazendo
um bom trabalho
e que aquilo devia ser feito.
Eu estava estragando tudo,
eu não me movia
eu não chorava
eu não gritava
eu estava pronto para aceitar
aquilo tudo.
E eles quebraram algumas garrafas
de uísque.
Mas foram delicados o suficiente
para deixar eu acabar com uma
antes.
E eles esperaram eu beber ela
olhando com seus olhos
assassinos.
E seu hálito, tinha o cheiro da
morte.
Eles estavam cansados de
suas vidas.
Eles queriam a minha.
E eu dei meu último
gole. E sorri
para eles.
E alguns pegaram os cacos
das garrafas do
chão
e cortaram meus pulsos.
E os outros fizeram o mesmo
em seguida.
E meu sangue corria, como uma cachoeira
vermelha. E um fedor horrível
tomou conta do ambiente.
E minha visão acabou e
acabou e eu pensei que seria
bom mais um último gole.
E nos jornais, alguns dias depois,
havia uma notícia da minha
morte.
E dizia bem grande, em cima da minha
foto.
SUICÍDIO.
e eles riam alto de mim.
Eles tinham capuzes pretos
e seus olhos brilhavam
e só havia ódio neles.
E eles sabiam que estavam fazendo
um bom trabalho
e que aquilo devia ser feito.
Eu estava estragando tudo,
eu não me movia
eu não chorava
eu não gritava
eu estava pronto para aceitar
aquilo tudo.
E eles quebraram algumas garrafas
de uísque.
Mas foram delicados o suficiente
para deixar eu acabar com uma
antes.
E eles esperaram eu beber ela
olhando com seus olhos
assassinos.
E seu hálito, tinha o cheiro da
morte.
Eles estavam cansados de
suas vidas.
Eles queriam a minha.
E eu dei meu último
gole. E sorri
para eles.
E alguns pegaram os cacos
das garrafas do
chão
e cortaram meus pulsos.
E os outros fizeram o mesmo
em seguida.
E meu sangue corria, como uma cachoeira
vermelha. E um fedor horrível
tomou conta do ambiente.
E minha visão acabou e
acabou e eu pensei que seria
bom mais um último gole.
E nos jornais, alguns dias depois,
havia uma notícia da minha
morte.
E dizia bem grande, em cima da minha
foto.
SUICÍDIO.
Fogo.
Eu devia ter uns
quatro
anos.
E eu estava à sombra de
uma àrvore grande.
E eu brincava com a areia, e esmagava
algumas formigas.
Eu só estava
cuidando da minha
vida. Sem ter
exatamente uma
vida.
Um fogo surgiu por de trás de algumas
plantas, e eu não me assustei
só fiquei parado, não conseguiria me mexer
mesmo que eu quisesse.
E um homem saiu do meio do fogo.
E não falou nada. E eu continuei esmagando as
formigas. E
ele passou por mim, olhando nos meus
olhos.
O fogo o seguia, e ele tocou num senhor
bêbado
que estava dormindo na praça.
E eu achava que o senhor iria pegar fogo. E
pegou mesmo.
E eu tentei correr, depois disso,
mas nada.
Eu estava imóvel.
E o fogo que pegava naquele
velho vagabundo de praça
fez uma trilha e correu na minha
direção.
E fez um círculo em minha volta
e e tudo ficou
escuro. E preto e assustador.
Eu acordei, com um monte de gente
perguntando se eu estava bem
se eu queria alguma coisa
e minha mãe chorava.
E eu olhava tudo a minha
volta
e nada parecia ter queimado,
nem eu.
E eu vi aquele homem
que saiu do fogo
rindo
de mim.
E eu nunca mais fui o mesmo.
E eu
nunca mais parei de
ver esse fogo, ele queima dentro
de mim
e mata tudo a minha volta
e eu nunca tenho
nada.
Exceto a esperança
de ser um velho
bêbado
ralaxando num banco
de uma praça
qualquer.
quatro
anos.
E eu estava à sombra de
uma àrvore grande.
E eu brincava com a areia, e esmagava
algumas formigas.
Eu só estava
cuidando da minha
vida. Sem ter
exatamente uma
vida.
Um fogo surgiu por de trás de algumas
plantas, e eu não me assustei
só fiquei parado, não conseguiria me mexer
mesmo que eu quisesse.
E um homem saiu do meio do fogo.
E não falou nada. E eu continuei esmagando as
formigas. E
ele passou por mim, olhando nos meus
olhos.
O fogo o seguia, e ele tocou num senhor
bêbado
que estava dormindo na praça.
E eu achava que o senhor iria pegar fogo. E
pegou mesmo.
E eu tentei correr, depois disso,
mas nada.
Eu estava imóvel.
E o fogo que pegava naquele
velho vagabundo de praça
fez uma trilha e correu na minha
direção.
E fez um círculo em minha volta
e e tudo ficou
escuro. E preto e assustador.
Eu acordei, com um monte de gente
perguntando se eu estava bem
se eu queria alguma coisa
e minha mãe chorava.
E eu olhava tudo a minha
volta
e nada parecia ter queimado,
nem eu.
E eu vi aquele homem
que saiu do fogo
rindo
de mim.
E eu nunca mais fui o mesmo.
E eu
nunca mais parei de
ver esse fogo, ele queima dentro
de mim
e mata tudo a minha volta
e eu nunca tenho
nada.
Exceto a esperança
de ser um velho
bêbado
ralaxando num banco
de uma praça
qualquer.
Meu Segredo.
Eu tenho dois corações, um
não faz nada
não pulsa e nem bate e nem pára.
Ele só recebe porradas,
arranhões,
tiros,
mordidas,
beliscões,
ele segura minha
dor.
Mas eu não
sinto essa
dor.
Ele só me passa pena, pena de mim.
e eu guardo bem ele, em segredo,
bem cuidado.
Ninguém nunca o
verá. Ele tem ataduras por todos
os lados,
ele sangra, mesmo que não exista sangue para fazer
ele pulsar.
Ele é meu depósito de
dor.
É onde as pessoas me cortam,
mijam em mim, é
meu esconderijo.
E o outro, é o que eu mostro para quem
quiser ver.
Ele é bonito e leve e sem nenhum arranhão
ele tem um ponto, escuro, apenas
coisas
que outro passa
pra ele.
Nada de muito dolorido, nada
importante.
Só para todo mundo ver
que eu sinto
dor
também.
Para
parecer normal.
O coração cheio de dor, eu enxáguo com
bebida,
e cigarros e amores
perdidos.
E ele nunca reclama, nunca pensa
não mostra, nem pra mim
o que sente.
É melhor assim.
Às vezes, eu escuto
ele chorando, baixinho
e reclamo um pouco
mas ele é bom
o suficiente
para parar logo, assim
que eu começo a chorar
junto dele. E
eu guardo ele
bem, e
eu penso que ele pode explodir
um dia ele vai,
mas eu explodirei com
o que pulsa
primeiro.
Assim tudo fica bem, eu
acho.
não faz nada
não pulsa e nem bate e nem pára.
Ele só recebe porradas,
arranhões,
tiros,
mordidas,
beliscões,
ele segura minha
dor.
Mas eu não
sinto essa
dor.
Ele só me passa pena, pena de mim.
e eu guardo bem ele, em segredo,
bem cuidado.
Ninguém nunca o
verá. Ele tem ataduras por todos
os lados,
ele sangra, mesmo que não exista sangue para fazer
ele pulsar.
Ele é meu depósito de
dor.
É onde as pessoas me cortam,
mijam em mim, é
meu esconderijo.
E o outro, é o que eu mostro para quem
quiser ver.
Ele é bonito e leve e sem nenhum arranhão
ele tem um ponto, escuro, apenas
coisas
que outro passa
pra ele.
Nada de muito dolorido, nada
importante.
Só para todo mundo ver
que eu sinto
dor
também.
Para
parecer normal.
O coração cheio de dor, eu enxáguo com
bebida,
e cigarros e amores
perdidos.
E ele nunca reclama, nunca pensa
não mostra, nem pra mim
o que sente.
É melhor assim.
Às vezes, eu escuto
ele chorando, baixinho
e reclamo um pouco
mas ele é bom
o suficiente
para parar logo, assim
que eu começo a chorar
junto dele. E
eu guardo ele
bem, e
eu penso que ele pode explodir
um dia ele vai,
mas eu explodirei com
o que pulsa
primeiro.
Assim tudo fica bem, eu
acho.
domingo, 31 de agosto de 2008
Tentando me esconder de mim mesmo num bar cheio de pessoas sem alma e eu continuo sem mostrar a minha para tentar não parecer tão ridículo como sou.
Eu estava lá
só isso, nada mais,
parado no meu canto
eu e minha solidão e tristeza
temperando tudo com uma cerveja
absurdamente
cara.
E tinha agumas mulheres perto de mim
da minha mesa e dos meus cigarros.
E elas eram iguas, jeans
e jaquetas pretas, loiras e bonitas
e comuns.
Elas bebiam champanhe. Elas riam.
Eu não queria champanhe. Não tinha motivo algum
para comemorar. Precisava de uísque, uma bebida
forte e seca. Uma bebida que me faça
sentir que eu ainda vivo. Mas
não tinha motivo pra viver.
Mas eu
estava vivendo mesmo assim. Mesmo assim eu
era invisível.
Será que alguém invisível existe?
Bem, eu estava lá.
E era tudo que eu precisava fazer
pra me sentir
miserável
patético e sozinho.
Eu consigo estragar tudo
mesmo parado
com minha cerveja e minha cara patética.
Eu sou bom,
muito bom nisso.
Pelo menos.
só isso, nada mais,
parado no meu canto
eu e minha solidão e tristeza
temperando tudo com uma cerveja
absurdamente
cara.
E tinha agumas mulheres perto de mim
da minha mesa e dos meus cigarros.
E elas eram iguas, jeans
e jaquetas pretas, loiras e bonitas
e comuns.
Elas bebiam champanhe. Elas riam.
Eu não queria champanhe. Não tinha motivo algum
para comemorar. Precisava de uísque, uma bebida
forte e seca. Uma bebida que me faça
sentir que eu ainda vivo. Mas
não tinha motivo pra viver.
Mas eu
estava vivendo mesmo assim. Mesmo assim eu
era invisível.
Será que alguém invisível existe?
Bem, eu estava lá.
E era tudo que eu precisava fazer
pra me sentir
miserável
patético e sozinho.
Eu consigo estragar tudo
mesmo parado
com minha cerveja e minha cara patética.
Eu sou bom,
muito bom nisso.
Pelo menos.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
A Blusa e o Azul.
Não era dia
nem noite
nem nada.
Não era
eu,
não sei se cheguei a estar em algum
lugar.
Nada.
Não era ela
que vinha e se
aproximava.
Não tinha garrafa nenhuma
nem cigarros
nem cinzeiros.
E a cerveja,
que não estava no copo
descia escorrengando
pela minha garganta
que não existia e não
estava lá.
E aquela boca
aqueles lábios molhados,
naquele movimento lascivo,
não me beijou
e não havia nada para
ser beijado.
E, então, sem ser nada
estava sentado na minha cama
que nunca esteve alí.
E ela não sentou no meu colo
não me beijou
não me fez feliz.
Eu não estava lá.
E ela nunca tirou a blusa azul
sentada no meu colo
de frente pra mim.
Nunca me beijou com
aquela
blusa
azul
saindo de sua cabeça.
E meu rosto não pôde se abaixar
e morder
e lamber
tudo que a blusa azul
sempre escondeu.
E minha língua nunca
percorreu aquela área que saía
por de toda a blusa,
azul ou não.
E ela nunca mordeu minha orelha,
e nunca ouvi sussuro nenhum dela
grudada em mim.
Eu não estava lá,
ela também não
nada.
Mas, a blusa azul
vivenciou
cada minuto.
nem noite
nem nada.
Não era
eu,
não sei se cheguei a estar em algum
lugar.
Nada.
Não era ela
que vinha e se
aproximava.
Não tinha garrafa nenhuma
nem cigarros
nem cinzeiros.
E a cerveja,
que não estava no copo
descia escorrengando
pela minha garganta
que não existia e não
estava lá.
E aquela boca
aqueles lábios molhados,
naquele movimento lascivo,
não me beijou
e não havia nada para
ser beijado.
E, então, sem ser nada
estava sentado na minha cama
que nunca esteve alí.
E ela não sentou no meu colo
não me beijou
não me fez feliz.
Eu não estava lá.
E ela nunca tirou a blusa azul
sentada no meu colo
de frente pra mim.
Nunca me beijou com
aquela
blusa
azul
saindo de sua cabeça.
E meu rosto não pôde se abaixar
e morder
e lamber
tudo que a blusa azul
sempre escondeu.
E minha língua nunca
percorreu aquela área que saía
por de toda a blusa,
azul ou não.
E ela nunca mordeu minha orelha,
e nunca ouvi sussuro nenhum dela
grudada em mim.
Eu não estava lá,
ela também não
nada.
Mas, a blusa azul
vivenciou
cada minuto.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
A garrafa.
Você está sentando
numa praia
e o sol não te deixar ver
mais do que dois metros a
sua frente.
E o vento carrega você pro
lado.
E grãos de areia voam com
o vento. E seu cabelo também
voa
imóvel.
E os grãos começam a se transformar
e você vê pedaços enormes de areia
vindo em sua direção.
Blocos do tamanho de um cachorro.
E não consegue desviar.
E eles batem na sua cara
e se transformam em milhões
de grãos minúsculos.
E você fica alí
parado.
E a cada placa de areia que te acerta
você toma mais
um gole
de sua bebida favorita.
E você pensa.
"Como tudo foi acabar
assim?"
Mas você não quer sair,
você pode aguentar.
Você quer provar
que consegue.
E você não vê mais ninguém a sua volta
e, na verdade, nem sabe se
um dia
chegou a ver.
E você deita
e descansa
e o vento diminui.
Uma brisa te faz adormecer.
E você nunca mais acordou.
E, depois de muitos anos,
uma civilização
acha um corpo.
E esse corpo é você.
E eles não dão bola ao grande homem
que você foi, não mesmo!
Eles estão mais interessados
na garrafa de sua
bebida favorita.
Que sobreviveu,
intacta.
Como a bebida
amarga e
forte
que ela é.
numa praia
e o sol não te deixar ver
mais do que dois metros a
sua frente.
E o vento carrega você pro
lado.
E grãos de areia voam com
o vento. E seu cabelo também
voa
imóvel.
E os grãos começam a se transformar
e você vê pedaços enormes de areia
vindo em sua direção.
Blocos do tamanho de um cachorro.
E não consegue desviar.
E eles batem na sua cara
e se transformam em milhões
de grãos minúsculos.
E você fica alí
parado.
E a cada placa de areia que te acerta
você toma mais
um gole
de sua bebida favorita.
E você pensa.
"Como tudo foi acabar
assim?"
Mas você não quer sair,
você pode aguentar.
Você quer provar
que consegue.
E você não vê mais ninguém a sua volta
e, na verdade, nem sabe se
um dia
chegou a ver.
E você deita
e descansa
e o vento diminui.
Uma brisa te faz adormecer.
E você nunca mais acordou.
E, depois de muitos anos,
uma civilização
acha um corpo.
E esse corpo é você.
E eles não dão bola ao grande homem
que você foi, não mesmo!
Eles estão mais interessados
na garrafa de sua
bebida favorita.
Que sobreviveu,
intacta.
Como a bebida
amarga e
forte
que ela é.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
O fardo de uma geração.
O cigarro enaltecendo a vida
a chama do que um dia
fomos
O passado
o presente
fundidos numa trama diabólica.
O preço que pagamos
nos é cobrado com sangue
a vida toma o que deu
e ninguém está preparado
para o dia do pagamento.
Nunca iremos descansar.
Correremos, aflitos, pelos
corredores ensangüentados
de um porão assustador.
Morreremos como bandidos
viveremos a vida pagã.
Somos herdeiros de um mundo sem asilo.
Somos o que se perdeu
uma geração inteira
sem nada
sem coragem
sem sorriso.
Não chore.
Eu não choro,
pois tudo é maravilhoso.
Amém.
a chama do que um dia
fomos
O passado
o presente
fundidos numa trama diabólica.
O preço que pagamos
nos é cobrado com sangue
a vida toma o que deu
e ninguém está preparado
para o dia do pagamento.
Nunca iremos descansar.
Correremos, aflitos, pelos
corredores ensangüentados
de um porão assustador.
Morreremos como bandidos
viveremos a vida pagã.
Somos herdeiros de um mundo sem asilo.
Somos o que se perdeu
uma geração inteira
sem nada
sem coragem
sem sorriso.
Não chore.
Eu não choro,
pois tudo é maravilhoso.
Amém.
quarta-feira, 12 de março de 2008
A vida à morte.
Tudo gira em torno
de nada.
Não há sentido nenhum.
Não me venha com
religião
explicações
falsas retóricas
nem me fale em auto-ajuda
nada.
Não há sentido nenhum.
Nada pra se fazer.
A vida
só
é mais fácil
quando aprendemos
que temos muito mais
a perder
no momento do nascimento
do que no leito
de morte.
de nada.
Não há sentido nenhum.
Não me venha com
religião
explicações
falsas retóricas
nem me fale em auto-ajuda
nada.
Não há sentido nenhum.
Nada pra se fazer.
A vida
só
é mais fácil
quando aprendemos
que temos muito mais
a perder
no momento do nascimento
do que no leito
de morte.
Assinar:
Postagens (Atom)