domingo, 31 de agosto de 2008

Tentando me esconder de mim mesmo num bar cheio de pessoas sem alma e eu continuo sem mostrar a minha para tentar não parecer tão ridículo como sou.

Eu estava lá
só isso, nada mais,
parado no meu canto
eu e minha solidão e tristeza
temperando tudo com uma cerveja
absurdamente
cara.
E tinha agumas mulheres perto de mim
da minha mesa e dos meus cigarros.
E elas eram iguas, jeans
e jaquetas pretas, loiras e bonitas
e comuns.
Elas bebiam champanhe. Elas riam.
Eu não queria champanhe. Não tinha motivo algum
para comemorar. Precisava de uísque, uma bebida
forte e seca. Uma bebida que me faça
sentir que eu ainda vivo. Mas
não tinha motivo pra viver.
Mas eu
estava vivendo mesmo assim. Mesmo assim eu
era invisível.
Será que alguém invisível existe?
Bem, eu estava lá.
E era tudo que eu precisava fazer
pra me sentir
miserável
patético e sozinho.
Eu consigo estragar tudo
mesmo parado
com minha cerveja e minha cara patética.
Eu sou bom,
muito bom nisso.
Pelo menos.

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