quarta-feira, 21 de julho de 2010

Como um dia qualquer

Era um dia que não dizia
nada
quinta-feira
e só.
Eu conversava, bebia
e sentia saudade.
Então, ela passou por mim.
Ela que já tinha passado
antes
e tinha ido embora.
E a saudade
não era dela.
A saudade era minha
e de mais ninguém.
E enquanto ela passava
a mão
pelo meu rosto
a saudade
ficou com ela.

Ela me puxou pela
mão
e levou-me para sua
casa.
E a saudade
tinha ido embora.
Guardada em algum
lugar.

Eu estava deitado
saciado e ofegante
enquanto ela esfregava
o rosto em meu braço.
Puxou-me para
perto dela
e pediu para que eu contasse
uma história para ela conseguisse
dormir.
Eu ri
e ela riu também.
E todo esse amor guardado
que eu tinha dentro de mim
tinha que ir para alguém.
Então
apesar de tudo, comecei,
ela era uma menina ruiva, eu disse,
e achou um cavalheiro barbudo
na beira de um rio
e quando ela pediu fogo
ele se entregou...
E fui contando essa
história
nossa história, que não era nada.
E ela se excitava e agarrou-me
pelo pau
e puxou-me para dentro dela.
Ela gemia e mordia meu ombro.
Gritava e eu gritava junto
em silêncio.
E quando eu cheguei ao fim da história
ela gozou
e gozei também.

E nada fazia
mais
muito sentido.

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