terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Enquanto o Sol fazia meu olho arder

Faz alguns dias
que eu não
faço sexo.
Mas
tenho essa lembrança dessa
loira
pernas e sorrisos
abertos
nua
deitada sobre minha cama.

Ando me sentindo
bem
na verdade
melhor do que
nunca estive.
As paredes
não tremem
mais
enquanto as cinzas
me sujam
desprezível
aos olhos
ensanguentados.
Espelhos
cansaram
e deixaram de me
seguir
na escuridão da
minha própria sombra.

Eu devia
estar pulando de alegria
mas
não.
Estou deprimido;
sinto falta
do tumulto.
Palavras e vacas
girando
no furacão da nossa madrugada.
Sinto falta
da dúvida

até da dúvida
e dos espelhos; das paredes
das cinzas;
das manhãs; dos domingos;
da tristeza;
do sorriso; e
do de repente.

E como sempre
de repente
eu vejo aquelas
pernas
e aqueles sorrisos
e vejo aquela loira
de volta
na minha cama.
E ela chuta tão
alto
que acerta a Lua
em mim.
Sorri e gira o corpo
agarra meu pau
e minha alma
deixa o dia mais fácil
a manhã mais
parte de mim
falando palavras
sem nexo
e sem valor
que eu guardo
escondidas por um mapa
num código que não entendo
esquecido na madrugada.

Encaro minha janela
por horas
nada se move
os pássaros morreram
o ar é venenoso
e a Lua é um brilho que
nunca existiu.
Penso em suicídio
por ser importante
penso em viver para sempre
não me basto
não gosto
não me quero
e me amo
e me amo.
E sofro
de tanta felicidade
que eu trago
escondida no meu
estômago
para então
explodir
sozinho
por cima do morro
em que nasci.



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