domingo, 8 de agosto de 2010

O vestido de todas as flores

Seu nome é
Rose
e quando eu quero chamar ela
eu chamo
Rosa.
A gente mora
juntos
e volta e meia
Rose vai embora
enquanto eu grito
Rosa!
uivando da minha sacada.
E ela volta sempre
e sempre volta
diferente.

Sempre com aquele
mesmo vestido
verde
floreado
com todas
as flores do mundo
e nenhuma
rosa.

Ela é o barulho do
vento
numa noite quente.
Ela tem um sorriso
de um anjo
um sorriso
mais perigoso que de
um demônio.
Ela sabe tudo
e não entende
nada.
É uma puta.
Imaculada.
Ela machuca fazendo
carinho.
Uma santa.
Uma santa que faz
cansar.
Um santa que se
abandona.

E eu canso de
Rosa.
E Rosa vai embora.
Mas ela sempre
volta
com aquele mesmo
vestido
repleto de rosas.

Seu nome é
Rose
e quando eu quero chamar ela
eu chamo
Margarida
que me responde
indiferente a isso tudo
sem se importar com nome
ou com a flor que lhe
falta
no vestido.

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