terça-feira, 9 de março de 2010

Sandra 2

Sandra
finalmente
desistiu.
Não queria beleza.
Se dedicou ao amor.
Se dedicou ao pau duro.
Se dedicou a não procurar.
Então, Sandra me achou.

Sandra tinha um vestido verde
e unhas vermelhas e sapatos
brancos.
Eu tinha todo o amor do mundo
nas costas.
E, sem beber muito,
um pau duro.

A gente sentou
e a gente bebeu.
E a perna dela foi passando pela
minha
e ela tocou
aqueles peitos
que vinham do céu no
meu braço.
E ela me olhou
e eu morri um pouco
e ela sorriu
e eu nunca me senti tão
vivo.

Sandra falava qualquer
coisa
como se fosse importante.
Falava de amor, com paixão
como uma mulher que
nunca foi amada.
Sandra não escondia sua
beleza
mas não mostrava
não era preciso.
Ela tinha um jeito de deixar
você saber
que estava tudo
ali
somente com uma palavra
com um sorriso.

A gente continuou bebendo
e ela pedia uísque
enquanto eu
ia na vodka.
E a gente
intercalava
com algumas cervejas.

E a perna dela
ia
tocando na minha
e os peitos já conheciam o meu
braço.
E na metade de um gole
ela me beijou
tirando o copo da minha boca.
E ninguém se importava com beleza.
E ninguém se importava com nada.
E a gente caminhou
juntos para a casa dela.
Era madrugada. E não tinha
perigo ou problema algum
que um beijo não
resolvesse.

A gente subiu as escadas.
E quando entramos no quarto
poucas roupas restavam
para se tirar.
E a bebida não foi um problema.
Sandra achou um pau duro.
E quando a gente pegava
no sono
olhando aquela luz que vinha
dos olhos dela
e não me deixava dormir
eu me apaixonei. E assim
Sandra achou o amor.

E a gente
dormiu
assim
esperando
a decepção
vir
e estragar tudo
o que parecia que
era para ser.

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