quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Praga

Fazia algum tempo que eu andava sozinho
era Praga
e eu tomava cerveja e subia o morro
para olhar a cidade de cima.
Voltei para o albergue, no fim da tarde
e só pensava na minha cerveja
e talvez um uísque,
fumava sem parar.
Até que ela entrou
cheia de mala
e ele estava de verde -
eu sempre me apaixono pelo verde.
O jeito de falar era
conhecido
era brasileira.
Eu queria ela pra mim
eu queria alguém
mas queria ela um pouco mais.
Eu disse alguma besteira.
"brasileira, é?"
Ela sorriu, para minha surpresa
ela sorriu!
"vamos beber alguma coisa",
ela disse.
Era Praga e era tudo diferente
da Praga de ontem.
A gente bebeu, de bar
em bar.
E ela bebia bem, bebia com o coração.
Então, em cima de um ponte
ela disse que Praga
era mais romântica que Paris.
Eu concordei, peguei ela pelos braços
e a minha boca colou na dela
e a dela na minha.
As nossas línguas se tocaram,
e era aquilo que devia ser.
Era Praga
e eu ficaria mais um dia por ali.
Até ela ir embora
e eu ir embora
e a gente continuaria assim, para sempre
embora.

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