domingo, 17 de fevereiro de 2008

Nada Mais.

Sozinho no campo
de imensa imensidão
do vazio
do escuro.
Só eu.
Minha cabeça gira,
como quiser,
gira.
E não vejo nada
nada é tudo que tenho.
E nada é tão bom assim.
Eu caminho no verde cor de sangue
de um pasto inexistente.
De uma vida
que inda passa
até passar.
Nos versos de um papel sujo
me perco e
nada é tão ruim assim.
Tudo é o que parece.
Nada podia
ser mais triste.
A realidade se faz de fantasia
para cortar meu pulso.
E nem reflexo eu tenho.
Nada.
Só geada no pasto que não há.
Uma cacheira azul de sangue corre
e o barulho me deixa mudo.
Eu grito, um grito silencioso.
Como a da árvore na floresta vazia.
E vazio é meu peito
no meio de rostos estranhos,
que, nem ao menos,
alí estão,
só solidão.
E nem sei
o que é
nada
é o que é:
tudo
nada mais.

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